sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Final Fantasy Crystal Chronicles: Ring of Fates - DS

Depois de uma série de remakes para as mais recentes plataformas portáteis da Nintendo, a Square-Enix finalmente resolveu apostar em algo novo, não só com o anúncio do próximo capítulo do lendário "Dragon Quest" como um jogo exclusivo para DS, mas também com um "Final Fantasy" totalmente inédito.

Pois então, depois de muita espera, chega ao portátil de duas telas "Final Fantasy Crystal Chronicles: Ring of Fates", que amplia o universo de "Crystal Chronicles", lançado em 2003 para Gamecube, em uma história que se passa muitos anos antes. Ele mantém o mesmo visual gracioso, além de sua estrutura de RPG de ação com ênfase na colaboração entre os personagens do grupo, mas com muitas melhorias e peculiaridades que não são notadas à primeira vista.

Conectividade melhorada


"Crystal Chronicles" de Gamecube ficou famoso pela forte campanha em torno de sua conectividade pois ele permitia que até quatro jogadores participassem da ação ao mesmo tempo, algo raro para um RPG. A questão é que isto não era muito prático nem barato, uma vez que o videogame deveria estar ligado a quatro Gameboys Advance, que serviam como controles, através de um cabo especial. Alcançados estes requisitos, a experiência se apresentava também um tanto quanto limitada, não pela quantidade de opções de ataque, mas pela própria natureza do jogo, que parecia mais voltado para um público iniciante no gênero ou, simplesmente, menos exigente.

Em "Ring of Fates" as coisas ficam infinitamente mais práticas já que o multiplayer pode ser configurado pela conexão wi-fi com facilidade, o que ajuda bastante em sua longevidade. Este modo funciona separado, com criação de personagens e troca entre jogadores, e áreas com missões exclusivas. A performance cai um pouco, o videogame sofre um bocado para processar toda a informação, mas ainda é uma experiência bastante divertida e com poucos problemas.

Campanha principal

Mesmo com um modo multiplayer bastante robusto, fica claro que o foco do jogo é na campanha solo. A trama principal, que se passa milhares de anos antes do jogo original, conta a história de um casal de irmãos que é obrigado a encarar uma incrível jornada depois que seu pai, um ex-cavaleiro, é atacado por motivos que eles desconhecem. Para encarar os desafios, um se torna um guerreiro e a outra passa a dominar a arte da magia dos cristais.


Os controles funcionam como em um jogo de RPG de ação, que ocorre nas duas telas: uma mostrando a ação e outra servindo com inventário e apresentando as opções de ataque. São quatro os tipos de classes (ou raças) que devem equilibrar seu grupo, que, dispostos na ordem correta, podem desferir golpes em seqüência, os "chained attacks".

Os "magicites" são os itens principais para os combates. Eles funcionam como a munição para suas batalhas e existem em seis tipos diferentes, para os mais variados usos. Eles são consumidos a cada uso, quando se transformam em anéis para acertar no alvo. Anéis também podem ser combinados para aumentar o valor do dano, por exemplo, criando novas combinações. Isto é apenas uma amostra da complexidade e profundidade do jogo, que conta ainda com um sistema de fabricação de itens, com coleta de materiais pelo mundo, além das habituais poções, elixires e quebra-cabeças a serem desvendados.

Como um desenho

A Square-Enix não poupou esforços e entregou "Ring of Fates" com bastante capricho no que diz respeito à sua produção. Além da grande profundidade do jogo, repleto de coisas a serem descobertas na campanha principal e no robusto modo multiplayer, a apresentação também é de grande qualidade.
Os gráficos são bons, ainda que não sejam melhores do que os de "Final Fantasy III", com muitos efeitos especiais e uma boa performance geral.

Só foi estranha a decisão do design dos personagens, todos muito infantilizados, que passam a impressão de que o jogo foi feito para crianças ou mesmo para iniciantes, quando ele, na realidade, é bem mais complexo do que isto. O som segue este mesmo padrão, uma vez que é impressionante notar que os diálogos são dublados, algo raro na plataforma. Mas é um tanto estranho jogar algo tão complexo e ouvir aquelas vozes típicas de desenho animado para meninos pequenos.

Para não dizer que não há problemas, o jogo sofre bastante com a inteligência artificial, que não consegue fazer nada direito. Seus personagens sequer conseguirão te seguir com eficiência, o que é bastante frustrante, mas facilmente remediado com o pressionar de um botão. Há ainda alguns problemas de interface, uma vez que há muitos comandos a serem executados e nem sempre as coisas saem como você deseja por causa da disposição dos ícones da tela e da maneira como é necessário utilizar a stylus. Mas são problemas que não chegam a afetar a diversão.


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